Uma bonita elegia aos livros, amigos «leais» que ouvem em silêncio o nosso «ardor de cada dia», e quando a paz regressa, ou quando nos dispomos a ouvi-los, ainda são capazes de apaziguar a nossa inquieta alma com um conselho sensato.
Num exemplar das Geórgicas
Eugénio de AndradeOs livros. A sua cálida,
terna, serena pele. Amorosa
companhia. Dispostos sempre
a partilhar o sol
das suas águas. Tão dóceis,
tão calados, tão leais.
Tão luminosos na sua
branca e vegetal e cerrada
melancolia. Amados
como nenhuns outros companheiros
da alma. Tão musicais
no fluvial e transbordante
ardor de cada dia.
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