sexta-feira, 22 de abril de 2011


Queimada Viva


Resumo
por Beatriz Meneses

2004

        Souad vivia numa aldeia da Cisjordânia juntamente com quatro irmãs, um irmão e os pais. Era uma família que seguia os costumes muçulmanos. Souad trabalhava desde o nascer do sol até ao anoitecer nas terras do pai, juntamente com as irmãs. Durante toda a sua infância viveu perseguida pelo medo dentro das quatro paredes de sua casa, de onde só saía para ir trabalhar para o campo. Era praticamente escravizada pelo pai, tal como todas as mulheres da aldeia o eram pelos seus familiares homens. Todos os dias ele lhe batia, e, muitas vezes, sem a menor explicação. Um dia, apaixonou-se cegamente por um vizinho que avistou da varanda do quarto. Tinha então dezassete anos, uma idade considerada tardia para casar. Depois de três encontros com esse homem, Faiez, nas terras do pai, ficou grávida. Sabia que a sua punição seria, obviamente, a morte. Tentou, desesperadamente, por muitas vezes, abortar, mas aos cinco meses a sua gravidez já era tão evidente que a família descobriu. Com o consentimento do pai, o cunhado tenta então matá-la, regando-a com gasolina e pegando-lhe o fogo. Sobrevive e é levada para um hospital onde é terrivelmente maltratada, pois toda a gente sabe porque a queimaram. A própria mãe vai lá e tenta matá-la. Souad vive num tormento e, uma noite, dá à luz o filho, completamente sozinha. Um dia é visitada por Jacqueline, uma médica de uma organização de ajuda humanitária no Oriente, que depois de um complicado processo, a leva para a Suiça juntamente com Marouan, seu filho. Lá, é devidamente tratada e vai viver para uma casa de acolhimento. Passados quatro anos decide ir viver sozinha e deixa o filho com a família que os acolheu. Finalmente, casa e tem duas filhas. Agora é feliz com a família, mas psicologicamente, continua muito afectada pelo trauma da infância, pelo filho que involuntariamente rejeitou e pelo seu aspecto físico. O facto de não poder mostrar os braços ou o pescoço, por apresentarem lesões de queimaduras deixa-a terrivelmente deprimida. Passados quinze anos de ter saído da casa de acolhimento, Souad encontra-se com o filho Marouan, que vai viver para sua casa juntamente com a sua família.
        Muito a medo, e devido à insistência de Jacqueline, Souad contou a sua vida em público para que se tome conhecimento e se acabe com o assassínio de mulheres orientais devido a “crimes de honra”.
Beatriz Meneses

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As palavras...

São como cristal,
as palavras.

Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta?
Quem as recolhe,
assim,cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade

"Uma hora de histórias" na Biblioteca Escolar

"Uma hora de histórias" na Biblioteca Escolar
contadas pela Liliana, no dia das Bibliotecas Escolares

Toda a ansiedade começou quando a professora de Educação Física nos disse:
- Na próxima aula não tragam o material, porque vão ouvir histórias para a biblioteca!
Esperámos até à aula seguinte com muita curiosidade… Como seria?... Quem nos contaria as histórias?... Tanto mistério!
Finalmente chegou o dia! A angústia acabou.
Abriram-nos a porta e entrámos na biblioteca. Levaram-nos ao encontro de uma senhora, com ar simpático, que nos recebeu com muitos sorrisos de satisfação.
Sentámo-nos numas mantinhas e, finalmente, ia haver respostas para todas as perguntas que surgiram sobre o momento.
A senhora apresentou-se dizendo que se chamava Liliana. Vinha da Marinha Grande para fazer renascer a criança que há em nós, e assim foi.
Começámos com um jogo de concentração. Apenas saber observar, era o que tínhamos de fazer. Muito engraçado!
Depois informou que ia contar duas histórias, uma com livro, outra sem.
“Três Histórias do Futuro” começou por nos contar. Uma história engraçada que nos leva a perceber que nada substitui o amor de um pai.
Seguidamente, jogámos outro jogo sobre títulos e autores, estrangeiros e portugueses.
No final do jogo, um bom elogio inundou os nossos ouvidos. Disse-nos que realmente demonstrámos que gostamos de ler.
Contou-nos outra história, “O Pinto Careca”. Muito engraçada, realmente!
Foi um óptimo momento.
As histórias infantis não perdem a sua graça.

Escola Secundária de S. Pedro do Sul, 26 de Outubro de 2009

Isabela Queimadela, Margarida Martins, Júlio Girão, Rita Esteves (Área de Projecto – 7º A)